18 novembro 2025

Frases do Livro Como Fazer Apresentações com Segurança

Oratória não é comunicação. Finley Peter Dunn, um humorista do início do século vinte, declarou certa vez: "Um homem nunca se torna orador quando tem algo a dizer."

Sir Winston Churchill assim expressou sua opinião acerca dos oradores: "Podem ser melhor descritos como [pessoas] que, antes de se levantarem, não sabem o que irão dizer; quando estão falando, não sabem o que dizem; e quando voltam a sentar-se, não sabem o que disseram."

Como orador, você está imbuído de uma responsabilidade seriíssima. O reverendo Jenkin Lloyd Jones escreveu em um de seus livros: "O homem que faz uma palestra desinteressante de trinta minutos desperdiça apenas meia hora de seu tempo. Mas ele desperdiça uma centena de horas do tempo de sua plateia mais de quatro dias, o que deveria ser considerado crime passível de pena de morte."

Como pensar não é nada fácil, a maioria de nós evita isso. Thomas Edison disse certa vez: "Não há o que o homem não faça para evitar a dura tarefa de pensar." O que muitas vezes passa por pensar nada mais é que redispor opiniões.

Alfred Korzybski, cientista que esteve em atividade há uns sessenta anos, declarou: "Existem duas formas de passar pela vida; acreditando em tudo ou duvidando de tudo." Quando você exige de si mesmo ser um pensador responsável, passa a perceber pensamentos irresponsáveis no raciocínio das outras pessoas, o que pode ser recompensador.

"Nossos planos fracassaram porque não tínhamos objetivo. Quando um homem não sabe a que porto deseja chegar, nenhum vento é o vento certo." (Sêneca)

O medo de palco é considerado o medo que pode transformar um brutamontes num bebê chorão. Uma mulher diz: "É como uma jiboia invisível que se enrosca em torno de meu cérebro, deixando-me tão paralisada que mal posso falar."

Caso alguma coisa assim ocorra, a melhor atitude que poderá tomar será não fazer nada. Oscar Wilde comentou sobre um orador seguro: "Ele sabe exatamente quando não dizer nada."

 Você jamais comoverá os outros, de coração para coração, se não lhes falar de coração.” (Goethe)

Morri de rir com um cartum que mostrava um orador de jantar dirigindo-se a uma plateia adormecida com as palavras: "E agora, para concluir... ACORDEM TODOS!"

Will Rogers sabia cativar uma plateia. Ele costumava dizer: "Diga-lhes o que vai dizer a eles, então diga, e em seguida diga-lhes de novo o que acaba de lhes dizer."

Um amigo meu, que é um palestrante muito procurado para falar sobre o poder do pensamento positivo, usa sempre o mesmo material. Certa vez perguntei a ele: "Quando você fala a mesma coisa para a mesma plateia ano após ano, as pessoas não ficam entediadas?"

Ele riu. "Nunca! Elas pagam para me ouvir falar o que já lhes disse antes. Elas se sentem seguras e relaxadas sabendo que o que vou dizer vai reforçar aquilo em que elas já acreditam. É a mesma segurança que uma criança experimenta ouvindo um conto de fadas que conhece de cor, lido para ela por alguém que ela ama. O familiar é sempre reconfortante."

Washburn Child, embaixador americano na Itália na década de 1920, certa vez confidenciou o segredo de seu sucesso como diplomata: "Sinto-me tão empolgado em relação à vida que simplesmente não consigo ficar parado. Tenho de dizer às pessoas o que sinto."

Ao escrever sobre administração, o especialista Edward C. Schleh afirmou: "O líder é um catalisador, uma pessoa que estimula as outras à ação, a fonte da qual se extrai a energia, o cerne do espírito colaborativo do grupo."

Alfred J. Marrow, outro fomentador de habilidades de administração, defende a liderança como uma característica humana: "A verdadeira liderança distingue-se não pela dominação, mas pelo serviço. Trata-se de uma habilidade desenvolvida num processo de comunicação bidirecional — um feedback contínuo."

O presidente dos EUA Dwight D. Eisenhower descreveu a liderança como a "capacidade em decidir o que deve ser feito e depois despertar nos outros o desejo de fazê-lo."

O satirista vitoriano Samuel Butler escreveu: "Aquele que contra sua vontade atende é por iniciativa própria negligente."

"Os melhores líderes são aqueles dos quais as pessoas mal se dão conta. Quando o trabalho está acabado, as metas cumpridas, seus seguidores dirão: 'Fizemos tudo sozinhos." (Antigo provérbio chinês)

"Lembre-se, ninguém pode fazer você sentir-se inferior sem o seu consentimento." (Eleanor Roosevelt)

Eleanor Roosevelt, admirada no mundo inteiro por sua capacidade de cativar plateias de todos os tipos, ficou apavorada na primeira vez em que falou em público. Ela declarou: "Acredito que todo mundo pode vencer o medo fazendo as coisas que teme fazer, contanto que as faça até montar um arquivo de experiências felizes."

Noventa por cento de nós estamos insatisfeitos com a nossa aparência.

William James disse: "Aja como se fosse belo, confiante e elegante, e você o será."

Píndaro (533-422 a.C.) escreveu em Ístmicas ode 4: "Tudo quanto se diz deve ser dito numa voz que possa ser ouvida." E Homero escreveu na Odisseia: "Ele cessou de falar; mas tão agradável era sua voz que aos homens ficou a impressão de ainda o estarem ouvindo."

Francis Bacon (1561-1626) escreveu em um dos seus Estudos, "A leitura torna um homem completo, a troca de ideias um homem diligente e a redação um homem exato."

Em seu livro Psycho-cybernetics (Wilshire, 1972), o Dr. Maxwell Maltz considera: "Precisamos ter coragem para defender nossas ideias, para enfrentar riscos calculados e para agir. Tudo o que vive precisa de coragem para conseguir conforto e felicidade."

O conselho de Benjamin Franklin: "Resolva fazer o que deve; faça sem hesitação o que houver resolvido." Os oradores dinâmicos chegaram onde estão atuando para plateias — não sentados nelas.

Certa vez Franklin Roosevelt estava sentado num tablado, como o orador principal numa cerimônia de formatura, quando percebeu que o que havia pensado dizer não seria nem um pouco apropriado. Ele se levantou e sorriu: "Acabo de decidir que o que vim lhes dizer não vem ao caso. Portanto vou colocar minhas anotações de lado e falar sobre alguma coisa mais adequada à ocasião." 

David Viscott, autor de Risking, escreveu: "Quanto mais você ama a si mesmo, menos dependente fica dos outros." Perguntar às pessoas o que elas pensam de você é pura perda de tempo. Seus amigos não dirão a verdade mais sincera; seus inimigos estão ansiosos em dizer-lhe o quanto você é feio, incompetente ou chato. E quem quer saber a opinião deles, afinal?

O poeta Alfred, Lord Tennyson, alertou para o perigo contido na arte da ilusão dos oradores: "Encanta-nos, orador, até que aos nossos olhos o leão não seja mais que um gatinho."

BUCHAN, Vivian. Como Fazer Apresentações com Segurança: Um Guia para o Sucesso no Mundo dos Negócios. Tradução de Sylvio Gonçalves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.


11 novembro 2025

Repetição Oral e Repetição Escrita

Repetição oral. É a repetição feita pela fala, de forma espontânea ou deliberada, durante a comunicação verbal. Suas características principais são: imediata e efêmera, espontânea, expressiva. Exemplo: “Ele vem, vem mesmo! Você vai ver!” Repetição escrita. É a repetição feita por meio da escrita, de forma consciente, planejada e visualmente registrada. Suas características são: duradoura, revisável, intencional, visual e estrutural. Exemplo: “Nada muda, nada cresce, nada floresce.”

Na escrita com a possibilidade de revisão e editoração, com apagamentos sucessivos, só se obtém a versão final diminuindo a presença da repetição. Na fala, em que nada se apaga, a repetição faz parte do processo formulativo. Sua presença na superfície do texto falado é alto, constatando-se que, a cada cinco palavras, em média, uma é repetida. Há uma grande diferença repetir elementos linguísticos e repetir o mesmo conteúdo. (1)

Na fala, pensamos e falamos ao mesmo tempo; por isso, repetimos palavras ou expressões para ganhar tempo enquanto organizamos o pensamento: “Então... então... eu acho que... sabe?” Na escrita, ao contrário, temos tempo para rever e editar. Podemos apagar repetições desnecessárias. Escolhemos palavras com mais cuidado. Buscamos clareza e economia.  Assim, a escrita é reflexiva e condensada, enquanto a fala é espontânea e redundante.

Nos diálogos platônicos, a repetição oral aparece como método de ensino e investigação. Sua função é reforçar uma ideia até que o interlocutor compreenda o conceito. Exemplo: Sócrates repete perguntas de diferentes formas — “O que é a virtude?”, “E o que é o bem?”, “E o justo, é o mesmo que o bom?” A repetição aqui é dialógica, não estética: serve para fazer pensar. (2)

Nos evangelhos, Jesus frequentemente repete expressões como: “Em verdade, em verdade vos digo…” “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Essas repetições orais reforçam a autoridade e a memorização da mensagem. A palavra falada tem poder espiritual — a repetição grava o sagrado no coração do ouvinte. A repetição oral tende ao rito — palavra viva, ação transformadora. A repetição escrita tende ao logos — palavra refletida, ideia pensada. (2)

Repetir para memorizarPara memorizar bem é preciso fazer o esforço de repetir. E é reativando regularmente as informações, para fazer uma revisão, por exemplo, que teremos mais chances de fixá-las na memória de longo prazo. Podemos aplicar o método da repetição espaçada, ou seja, rever o conteúdo em intervalos crescentes (1 dia, 3 dias, 7 dias, 15 dias...)

A Psicologia ensina-nos, também, que a repetição tem que ser moderada, pois com poucas repetições há grande aprendizado, enquanto com muitas o rendimento cai. Os psicólogos aconselham-nos a deixar espaço para o cérebro trabalhar por conta própria, principalmente durante o sono físico.

Na oratória, o palestrante — consciente e lúcido —, deve evitar a repetição que soa como lavagem cerebral. O correto é termos ligação com a verdade dos fatos, mesmo porque, para haver persuasão, é preciso haver credibilidade, pois a liderança social é essencialmente dinâmica e criadora, sendo condição vital do líder o prestígio, que se alicerça nas qualidades da persuasão.

(1) JUBRAN, Clélia Cândida Abreu Spinardi e KOCH, Indegore Grunfeld Villaça (Org.). Gramática do Português Culto Falado no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006.

(2) ChatGPT



 

06 novembro 2025

100 Fábulas Fabulosas (Notas de Livro)

Título: 100 Fábulas Fabulosas

Autor: Millôr Fernandes

Rio de Janeiro: Record, 2003. 

Uma Sátira Virada de Ponta-Cabeça.

Neste livro, entre outras descobertas etimologicamente fabulosas, o autor revela como os animais falavam no tempo em que deram origem a tantas fábulas. Fixando hieróglifos da Rosetta e cruzando-os com ícones do Obelisco Negro de Shalmanazar (858 a.C.), o autor conseguiu reverter diversas fábulas, retirando destas sua moral original.

As fábulas passeiam da China aos nichos do INSS. Das mais simples e básicas emoções humanas até as filosofias mais complexas. Tudo isso temperado por uma noção surpreendente do mundo.

30 outubro 2025

Inteligência Artificial: Ganhos e Perdas

Questão 1 — Quais são os ganhos e perdas no uso da inteligência artificial?

O uso da inteligência artificial (IA) traz ganhos e perdas que se manifestam em diferentes áreas: educação, trabalho, relações humanas, ética, arte, entre outras. Abaixo faço um panorama equilibrado:

A) GANHOS (benefícios)

1. Agilidade e eficiência. A IA automatiza tarefas repetitivas, processa grandes volumes de dados e otimiza processos em segundos. Exemplo: diagnósticos médicos mais rápidos, análises financeiras em tempo real, produção de textos e traduções instantâneas.

2. Acesso ampliado ao conhecimento. Ferramentas de IA democratizam o saber, tornando o aprendizado e a pesquisa mais acessíveis a qualquer pessoa com internet. Na educação, atua como “tutor inteligente”, adaptando-se ao ritmo e estilo de cada aluno.

3. Criação e inovação. Estimula novas formas de arte, literatura, música e design. Colabora com cientistas e inventores em descobertas e simulações complexas.

4. Tomada de decisão mais informada. A IA auxilia na interpretação de dados e oferece previsões baseadas em padrões invisíveis ao olhar humano.

5. Apoio em acessibilidade. Ferramentas de voz, leitura automática e tradução ampliam a inclusão digital e social.

B) PERDAS (riscos e desafios)

1. Desumanização e dependência. O uso excessivo pode enfraquecer a reflexão crítica, o esforço intelectual e o contato humano. “Pensar” pode ser terceirizado às máquinas, empobrecendo a experiência de aprender.

2. Desemprego e desigualdade A automação substitui profissões manuais e cognitivas, criando um abismo entre quem domina e quem é dominado pela tecnologia.

3. Manipulação da informação. Deepfakes, desinformação e viés algorítmico podem distorcer a verdade e influenciar opiniões.

4. Perda de privacidade O uso de dados pessoais sem consentimento expõe os indivíduos à vigilância e ao controle social.

5. Crise ética e identitária. Surge a pergunta: o que é “humano” quando uma máquina pode criar, pensar e até sentir de forma simulada?

C) Síntese filosófica

O uso da IA é, ao mesmo tempo, ampliação e ameaça do humano. Ela potencializa a inteligência — mas também testa nossos limites éticos e espirituais. Como disse Heidegger, a técnica não é apenas um instrumento: é um modo de revelar o mundo. A questão é quem conduz quem: o homem a máquina ou a máquina o homem? 

Questão 2 — Qual é o grau de confiança de uma informação dada por uma inteligência artificial (como o ChatGPT)?

1. A natureza da informação produzida pela IA

O ChatGPT não “sabe” como um ser humano sabe. Ele gera respostas com base em padrões linguísticos e probabilidades — isto é, ele “prevê” qual sequência de palavras faz mais sentido segundo os dados em que foi treinado.

Por isso:

Ele pode soar muito convincente, mesmo quando está errado.

Ele não tem consciência, opinião nem verificação empírica direta.

Ele não acessa a verdade, mas reproduz padrões de linguagem sobre a verdade.

2. Grau de confiança: depende do tipo de informação

Tipo de informação

Grau de confiança

Observação

Fatos objetivos e amplamente documentados

(datas históricas, definições científicas, biografias conhecidas)

Alto

(80–95%)

A IA acerta com frequência, mas erros ainda podem ocorrer.

Informações recentes ou em mudança constante

(notícias, atualizações tecnológicas, leis novas)

Médio a baixo

 (40–70%)

A IA pode estar desatualizada; o ideal é verificar fontes atuais.

Interpretações filosóficas, literárias ou artísticas

Médio

(60–85%)

As respostas são coerentes, mas refletem síntese de visões já publicadas, não uma experiência própria.

Questões éticas, morais ou subjetivas

Variável

A IA pode argumentar com base em perspectivas conhecidas, mas não tem julgamento moral real.


3. Como aumentar a confiabilidade

1. Verificar fontes: sempre que possível, peça referências ou pesquise os fatos em sites oficiais e acadêmicos.

2Conferir coerência: se algo parecer muito simplificado ou contraditório, vale confrontar com outras fontes.

3Atualizar o contexto: para temas em constante evolução (como leis, ciência, política), use versões com acesso à web.

4. Usar o discernimento humano: a IA é ferramenta, não autoridade. O juízo crítico ainda é o que garante a verdade.

Síntese filosófica

A IA não substitui o saber, mas simula a linguagem do saber. O grau de confiança depende do grau de vigilância humana. Em termos epistemológicos, ela é um auxiliar da razão, não o seu fundamento.

Como dizia Sócrates, “saber é saber que nada se sabe”. Com a IA, esse princípio volta a ter pleno sentido: quanto mais ela sabe, mais precisamos saber discernir.

Fonte de Consulta: ChatGPT

 

24 outubro 2025

Palestra Espírita, Como Fazer (Notas de Livro)

Título: Palestra Espírita, Como Fazer

Autor: Louis Neilmoris 

Edição revisada em Agosto, 2011

Prólogo

A abrangência da palestra espírita chega mesmo a ser, não para poucos, um dos maiores problemas atuais do Espiritismo, pois o que se ouve num centro é questionado em outro e rechaçado em determinada casa espírita. Há palestras que nada explicam, outras que só confundem e algumas mais que revoltam. É que elas são proferidas conforme o entendimento de seu expositor e bem pouca triagem se faz, por parte dos dirigentes espíritas, de quem fará uso da palavra. Também nos circundam polêmicas clássicas acerca da doutrina, por exemplo, a velha questão de a Doutrina Espírita ser ou não uma religião.

07 outubro 2025

A Vida Íntima das Frases (Notas de Livro)

Título: A Vida Íntima das Frases

Autor: Deonísio da Silva

São Paulo: A Girafa Editora, 2003.

B

A Burrice é Contagiosa; o Talento, não

Esta é uma das muitas frases célebres de autoria do crítico literário Agripino Grieco (1888-1973), famoso por tiradas cheias de verve e maledicência, proferidas contra pomposos escritores nacionais, até então convictos de que, dado o ofício que praticavam, muitas vezes confundido por sua posição social ou política, não poderiam ter suas obras criticadas, a não ser em comentários favoráveis. O corajoso paraibano, entretanto, culto e irônico, não poupava ninguém e legou à posteridade uma obra de crítica literária desassombrada, imune às tradicionais igrejinhas e confrarias tão presentes na cultura brasileira. Entre seus livros estão Vivos e mortos, Recordações de um mundo perdido e Gralhas e pavões.

De Onde Vêm as Palavras (Notas de Livro)

Título De Onde Vêm as Palavras. São Paulo

Autor: Deonísio da Silva

São Paulo: A Girafa, 2004. (Coleção o mundo são palavras)

Adoração: do latim adorationis, genitivo de adoratio, ato de adorar, adoração. A formação desta palavra remonta ao latim oris, boca, e à preposição ad, junto, em direção a. O gesto significa, pois, levar algo à boca. Em seus primórdios, o ato de adoração consistia em levar a mão à boca e, com o braço estendido, jogar um beijo à divindade. Além deste gesto, havia ainda a prosternação e a genuflexão, mas os cristãos cultivaram mais este último. 

Alcorão. Do árabe al-qur'an, a leitura, isto é, a melhor leitura que se pode fazer. Segundo os muçulmanos, o Alcorão, cuja variante é Corão, foi ditado pelo anjo Gabriel ao profeta Maomé, entre os anos de 612 a 632, em Meca e em Medina. À semelhança da Bíblia, é dividido em capítulos, chamados suratas, e versículos. 

13 setembro 2025

Explicar é Desdobrar

Explicar. Refere-se ao ato ou processo de tornar algo compreensível. É esclarecer, descrever, ou justificar algo de forma que outra pessoa consiga entender. É apresentar razões causais, significados ou contextos que ajudem alguém a compreender um fato, ideia, fenômeno ou comportamento. Desdobrar é abrir algo que está fechado ou enrolado, tornar visível o que estava oculto, revelar as parte de algo mais complexo.

Ao explicar, abrimos um conceito para que fique mais claro, mostramos passo a passo como algo funciona ou por que algo acontece. O implícito se torna explícito, o complexo se torna acessível. Exemplo: imagine um novelo de lã todo enrolado (ideia complexa). Explicar é como desenrolar esse novelo até que o fio fique reto e claro a seguir.

Uma explicação é boa quando há: 1) clareza — a ideia é apresentada de forma compreensível sem ambiguidade; 2) estrutura lógica — a explicação tem começo, meio e fim, com ideias conectadas de forma coerente. Primeiro o problema, depois as causas, em seguida os efeitos. Bons explicadores usam comparações para facilitar a compreensão. Exemplo: explicar é como abrir um guarda-chuva — você mostra todas as partes que estavam escondidas.

Para que uma explicação seja considerada boa, deve haver objetividade, quer dizer, deve-se ir direto ao ponto, sem enrolar ou fugir do tema. Além disso, o explicador deve adquirir a capacidade de antecipar dúvidas. Uma boa explicação já responde às perguntas que surgiriam naturalmente.

Uma explicação é ruim quando: 1) a linguagem é confusa ou complexa demais; 2) uso de termos técnicos sem necessidade ou frases longas demais; 3) desvio de foco, afastando-se do assunto principal ou misturando muitos tópicos; 4) pressupor conhecimento que o outro não tem; 5) falar como se todos soubessem do que se trata, sem contextualizar; 6) ausência de exemplos; 7) falar com tom arrogante e impaciente.

Ao nos comunicarmos com os outros, vejamos se não estamos utilizando uma linguagem inconveniente. Posteriormente, façamos os esforços necessários para aprimorar a boa veiculação de nossas ideias.

29 abril 2025

Teoria da Informação

"Quanto mais inesperado um sinal, maior a sua quantidade de informação." (Teoria da Informação)

"Se não esperarmos o inesperado não o encontraremos porque ele é inescrutável e inacessível." (Heráclito)

A Teoria da Informação ou Teoria Matemática da Comunicação, denominação de Shannon, foi formulada como uma teoria matemática destinada a auxiliar solução de certos problemas de otimização do custo da transmissão de sinais. A própria expressão Teoria da Informação (TI) foi considerada inadequada, tendo sido sugerido a sua substituição por Teoria da Transmissão de Sinais.

O código na informação e comunicação apresenta-se de modo expressivo. O que se entende por código? Código é aquilo que abrange e organiza um campo de mensagens possíveis. Por exemplo, o código P4R referente ao jogo de xadrez só será entendido por quem conhece o jogo de xadrez. Daí, o conhecimento do código deve portanto preceder ou no máximo ser simultâneo à troca de mensagens.

Em toda a informação, há que se levar em conta o ruído. Por ruído, entende-se todo o fenômeno que é produzido numa comunicação e não pertence à mensagem intencionalmente emitida, e pode ser aplicada à comunicação visual, escrita, sonora etc.

Considere-se, também, a redundância, que é o preço para proteger a mensagem das perturbações do ruído.

Fonte de Consulta

EPSTEIN, Isaac. Teoria da Informação. Série Princípios, 1988.

 

18 fevereiro 2025

Processo de Redação

Escrever bem não é tarefa fácil. Exige um esforço pela clareza, pela concisão, pelo uso correto das palavras, pela aversão aos jargões, pela superação dos bloqueios de escritor, pela organização das ideias. A poetisa, escritora e professora Betty Sue Flowers cunhou uma sigla que resume bem o trabalho de escritor: LACJ: em português seria Louco-Arquiteto-Carpinteiro-Juiz.

Louco — Nesta fase, há a procura de informações em livros, jornais, revistas, TV, rádios e demais fontes de informações. São ideias que vamos anotando sobre o tema, no sentido de obter o maior número de dados que, em princípio, estão desconectados. Aqui não há restrição moral, nem técnica, nem se são verdadeiros ou falsos. O trabalho é o de garimpagem, anotando tudo em uma folha de papel. Assemelha-se à “tempestade de ideais”, ao brainstorming.  

Arquiteto — Como bem sabemos, o arquiteto planeja casas, edifícios, distribuindo da melhor maneira os espaços disponíveis. No caso da escrita, organiza as informações e prepara um esboço mesmo que simples. O arquiteto vai elaborar um plano que se fundamenta na regra básica do discurso — começo, meio e fim. O objetivo, porém, não é atingir o ouvinte, mas o leitor. 

Carpinteiro — nessa fase, deve-se escrever o mais rápido possível — sem se preocupar em aperfeiçoar o texto. As correções virão depois. Não percamos tempo tentando corrigir e melhorar o texto. Se optarmos por essa ação poderemos ter o “bloqueio do escritor”. Mantenhamos o juiz bem longe de nossa vista.

Juiz — Por último vem o juiz, aquele que decide. É hora de pesar as palavras, preencher lacunas, ampliar algo e abreviar outro tanto. Lembremo-nos da frase atribuída a Blaise Pascal: "Se tivesse mais tempo, a minha resposta seria breve”. Ela reflete a ideia de que, muitas vezes, a clareza e a concisão exigem mais tempo e reflexão do que uma resposta longa. Por isso, um único rascunho pode não ser suficiente para a abordagem do tema.

Como vemos, há sempre um nova maneira de fazer o mesmo trabalho. Tenhamos sempre em mente o exercício da boa escrita.

Fonte de Consulta

GARNER, Bryan A. A Arte de Escrever bem no Trabalho. Tradução Paulo Afonso. Rio de Janeiro: Sextante, 2022. (Coleção Harvard: um guia acima da média)

 

 

 

16 janeiro 2025

Redes Sociais

Características principais das redes sociais: interatividade, compartilhamento de conteúdo, construção de comunidades e marketing digital.

As redes sociais são plataformas digitais para construir comunidades virtuais ou relações sociais entre as pessoas. Elas permitem a interação entre usuários, o compartilhamento de conteúdo, a construção de comunidades e o estabelecimento de conexões entre pessoas, grupos e marcas.

Os primeiros serviços oferecidos, via computador, foram o e-mail e os programas de bate-papo, surgidos no início da década de 1970. O USENET, o primeiro serviço de rede social no sentido moderno do termo, começou em 1979 como um sistema de mensagens entre a Universidade de Duke e a da Carolina do Norte. Espalhou-se rapidamente para outras universidades e órgãos do governo americano.

Depois da expansão da WWW na década de 1990, as empresas comerciais começaram a criar redes sociais online para o uso do público em geral. Classmates.com e SixDegress.com — as primeiras — usavam os meios de se reconectar com velhos amigos de escola, faculdade e trabalho. Depois vieram os sites de namoro, contatos profissionais (Linkedin), entre outras. O Facebook surgiu em 2004 e o Twitter em 2006

Algumas redes sociais gerais

Facebook. Permite a criação de perfis pessoais, interação com amigos, compartilhamento de fotos, vídeos, links, atualizações de status, criação de grupos, eventos e páginas para empresas.

Instagram. Focada em compartilhamento de fotos e vídeos. 

X (anteriormente Twitter). Rede social voltada para microblogging, onde os usuários publicam posts curtos, chamados de "tweets". Muito usada para discussões rápidas e compartilhamento de notícias em tempo real.

TikTok. Plataforma de vídeos curtos que se tornou extremamente popular, especialmente entre os jovens, para conteúdo criativo, humor, danças e tendências virais.

Além dessas, há as redes sociais profissionais, como o LindedIn, voltada para conexões profissionais, currículos e networking; redes sociais de vídeo e streaming, como o YouTube; redes sociais de mensagens, tais como, WhatsApp e Telegram. 

As redes sociais têm um impacto significativo na sociedade moderna: influenciam as relações pessoais, o marketing e as questões políticas. Seu aspecto positivo pode ser visto na construção de comunidades e na divulgação de ideias. Seus desafios referem-se à privacidade, desinformação, vícios tecnológicos e saúde mental.

14 janeiro 2025

O Método dos Seis Chapéus para Organizar Ideias

"Dispor de um meio adequado não significa que não possa haver um meio melhor." Edward de Bono, Os seis chapéus do pensamento (1985)

Edward de Bono, psicólogo e especialista em criatividade do pensamento, procura sempre por inovação. Diz-nos que "raciocínio vertical é cavar cada vez mais fundo no mesmo buraco, enquanto raciocínio lateral é tentar de novo em outro lugar". Em termos práticos, isto quer dizer que se não encontramos respostas satisfatórias para determinados problemas (do jeito que estamos procurando) devemos procurá-las em outro lugar, de outra maneira, olhando sob outro ângulo e através de outras associações. E a "chave" para pensar lateralmente é usar, simplesmente, a expressão... "e se...?" — E se em vez de dividir eu multiplicar? — E se em vez de pintar de verde eu pintar de vermelho? — E se em vez de ir por aqui eu for por ali? — E se em vez de deixar aqui eu puser ali?

Edward de Bono, em Os seis chapéus do pensamento, descreve um método inovador de organizar ideias para obter a melhor conclusão o mais rápido possível. A abordagem pode ser aplicada por indivíduos trabalhando sozinhos, mas é mais indicada para discussões em grupo. Ideias discrepantes e conflitantes podem ajudar bastante na solução de um problema concreto. 

Os usuários do sistema de Bono revezam-se com os chapéus (que podem ser literais ou metafóricos). Eis cada um deles. 

Chapéu branco — descreve fatos e dados, de forma neutra. Pergunta: o que sabemos realmente sobre a questão em pauta?

Chapéu vermelho — fornece o ponto de vista emocional. Pergunta: quais são as nossas reações instintivas à questão?

Chapéu preto — ressalta os riscos e as fragilidades de uma ideia. Nesse caso, os participantes devem enfocar as razões para cautela.

Chapéu amarelo — antecipa os pontos de vista positivos e as vantagens. Aqui, convém imaginar cenários mais vantajosos.

Chapéu verde — oferece o ponto de vista criativo. Os usuários do chapéu verde são encorajados a inventar abordagens totalmente diferentes do tema, sondando e provocando.

Chapéu azul — conduz o debate. Seu papel é reunir as argumentações para extrair uma visão global. Bono denomina-o de “metapensamento”.

A abordagem dos seis chapéus do pensamento foi adotada por muitas empresas, incluindo a Speedo, que a usou ao desenvolver sua linha de trajes de banho.